domingo, 8 de novembro de 2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

MÍDIAS NA EDUCAÇÃO – CICLO BÁSICO III - UFRJ
MÓDULO INFORMÁTICA
TRABALHO FINAL

NOME DO CURSISTA: Luiz Cláudio Bernardes
TURMA: UFRJ 11
TUTOR: Júnia Ramalho
DATA DA POSTAGEM: 19-06-2009
Os problemas apresentados na questão proposta surgem hoje de forma generalizada em todas as escolas. Consideramos que as estratégias necessárias para minimizar tais problemas seriam a adoção de pesquisa supervisionada, verificando o professor, com antecedência, fontes seguras e apropriadas ao contato dos alunos com os novos conhecimentos presentes nos objetivos.
Consideramos a adoção da webquest uma forma bastante eficaz para a prática dessa pesquisa supervisionada. No entanto, enfrentamos problemas que consideramos quase culturais: quando apresentamos a possibilidade de acesso à Internet para os alunos, o que eles querem?
A resposta é fácil: Orkut ou Msn ou os dois.
Em vista do exposto, pensamos ser necessário a conscientização dos alunos quanto às possibilidades de obtenção de conhecimentos através da internet. Estimular a construção de uma autonomia por parte dos mesmos, enquanto sujeito que busca, pesquisa e elabora conhecimentos para uma melhor compreensão do mundo em que vive.
Os comportamentos de observação, comparação, registro e documentação, leitura de textos e de imagens devem ser estimulados para a formação do espírito crítico, fundamental para se lidar com uma fonte de informações de volume extraordinário e nem sempre de acordo com a verdade, com a cidadania ou com a ética.
Necessário se torna também, o incentivo de atitudes de respeito ao direito de autoria pelo conhecimento produzido por outrem, esclarecendo que o desrespeito ao mesmo fere princípios éticos e legais.

domingo, 10 de maio de 2009

A Nova Face do Coronelismo

Brasil
Visão de um curral eleitoral
No Rio de Janeiro, traficantes têm seus próprios


candidatos a vereador. Para elegê-los, constrangem
os concorrentes e coagem moradores das favelas

Ronaldo França
Oscar Cabral



Rafael Andrade/Folha Imagem


O CANDIDATO
Claudinho da Academia, acima, é o escolhido pelo bandido Nem para representar os interesses da favela da Rocinha, onde outros são impedidos de entrar: versão criminosa do velho vício da política
VEJA TAMBÉM
Exclusivo on-line
• Em profundidade: A violência no Rio




O Brasil acordou, na semana passada, para o agravamento de um problema que parecia ter chegado a seu limite extremo: o domínio de vastas áreas da cidade do Rio de Janeiro por grupos armados. Já era conhecido o seu poder de mando, com força até para fechar o comércio. O que se descobriu agora é que os bandidos expandiram sua atuação. Além de impor uma lei própria, ordenando execuções e toques de recolher, passaram a tentar influir diretamente no processo eleitoral. Há evidências colhidas nos últimos dias:
• A polícia descobriu que o traficante que comanda a venda de drogas na Rocinha tem seu próprio candidato a vereador nestas eleições. E está coagindo os moradores a fazer sua campanha. Uma candidata a vereadora pelo PT foi ameaçada quando se preparava para fazer corpo a corpo no local. Não era bem-vinda.
• No Complexo do Alemão, favela localizada na Zona Norte da cidade e conhecida pela violência da quadrilha que domina a área, os traficantes também têm sua preferência eleitoral. Insatisfeitos com a presença do candidato a prefeito Marcelo Crivella, do PRB, obrigaram jornalistas a apagar as fotografias de suas máquinas digitais.
• Os milicianos (grupos armados chefiados por policiais, bombeiros e agentes penitenciários que dominam favelas na Zona Oeste da cidade) têm seis candidatos e, da mesma forma que os traficantes, impedem a entrada dos concorrentes em seus territórios. Eles também estão convencendo moradores de que há formas de quebrar o sigilo do voto para conferir se suas ordens foram cumpridas.

Fotos Ana Araujo e Celso Junior/AE


FALTA APONTAR A SOLUÇÃO
O presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, à esquerda, e o governador do Rio, Sérgio Cabral: promessas de ações emergenciais, como o uso da Força Nacional, não resolvem
Não é de hoje que a bandidagem exerce alguma influência nas eleições cariocas. Há mais de uma década o tráfico já impõe regras mais ou menos explícitas para o acesso de candidatos às favelas – assim como para permitir a circulação de funcionários das concessionárias de serviços públicos e até de ambulâncias. O que está acontecendo nesta eleição é pior. A polícia encontrou na casa do dono das bocas-de-fumo da Rocinha, o traficante Antônio Bonfim Lopes, mais conhecido como Nem, um documento revelador. Trata-se de um decreto do bandido determinando, entre outras coisas, que todos os moradores sejam obrigados a trabalhar pelo "candidato da comunidade". A polícia já sabe que Nem se referia a Claudinho da Academia, do PSDC, cuja folha corrida registra 22 anotações criminais. Seu advogado alega tratar-se de um homônimo. Seja como for, o caso revela uma tentativa dos traficantes de fazer seus próprios representantes no Legislativo da cidade, numa versão criminosa de antigos vícios de nossa política, como os velhos currais eleitorais que dominaram a história brasileira durante o período da República Velha ou o coronelismo do Nordeste. Circula pelo Rio de Janeiro uma escuta telefônica feita em 2006, com todo jeito de ilegal. Nela, Nem se queixa dos moradores da favela. Argumenta que eles levam os candidatos até lá em troca de dinheiro, o que lhes tira a capacidade de cobrar as promessas. Arvorando-se em defensor da comunidade, o bandido resolveu organizar seu pedaço. É triste.
Diante de tanta desordem, a pergunta é: por que o Rio se tornou uma cidade-refém? Costuma-se afirmar que o problema é a inação do estado. É um diagnóstico torto. O estado está presente, mas de forma errada, precária e, por vezes, criminosa. A tirania dos traficantes é patrocinada por policiais, que lhes vendem proteção e armamento – quando não são eles mesmos os líderes das gangues, as tais milícias que já dominam 171 regiões da cidade. A própria existência das favelas (uma deformação urbanística que se constitui em trincheiras de guerrilha) tem o velado apoio oficial. No alto da Rocinha, em áreas onde não deveria haver barracos, há ligações de água, eletricidade e telefone feitas pelo poder público ou por seus concessionários. Não raro, essas ligações são o atendimento das promessas que os candidatos dos governantes de plantão fazem durante a campanha. Sufocadas pela carência absoluta, as favelas se tornaram um tesouro para os políticos. A felicidade com que eles rumam para as áreas mais carentes da cidade foi interrompida na semana passada pela entrada em cena de um novo ator: o bandido com pretensões eleitorais.
As autoridades, então, se mexeram. O deputado Raul Jungmann, do PPS, presidente da Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados, sugeriu que o governo federal enviasse ao Rio a Força Nacional. O governador Sérgio Cabral aceitou a idéia de imediato. Afinal, ele sempre aproveita essas oportunidades para reforçar sua proximidade com o presidente Lula, fato de grande apelo junto aos eleitores. Mas o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto, não vê a necessidade e determinou que o problema seja resolvido até o próximo dia 11 de agosto. Realmente não é o caso de acionar as tropas federais. O problema não é eleitoral. É de segurança pública. Não adianta reclamar do traficante que não permite a entrada de candidatos. O fato grave é existirem áreas da cidade nas quais quem manda são os bandidos.

A república de Nem
Reprodução



A cidade do Rio de Janeiro tem 4,5 milhões de eleitores, dos quais 500 000 vivem em áreas conflagradas, como a favela da Rocinha, dominada pelo traficante Antônio Bonfim Lopes, conhecido como Nem. Ali existem
22 000 habitações
67 000 moradores
90 seções eleitorais
45 000* eleitores
*Estimativa com base nos números do Instituto Pereira Passos
Fontes: TSE/TRE/IPP

http://veja.abril.com.br/060808/p_066.shtml


Brasil
Visão de um curral eleitoral
No Rio de Janeiro, traficantes têm seus próprios
candidatos a vereador. Para elegê-los, constrangem
os concorrentes e coagem moradores das favelas

Ronaldo França
Oscar Cabral



Rafael Andrade/Folha Imagem


O CANDIDATO
Claudinho da Academia, acima, é o escolhido pelo bandido Nem para representar os interesses da favela da Rocinha, onde outros são impedidos de entrar: versão criminosa do velho vício da política
VEJA TAMBÉM
Exclusivo on-line
• Em profundidade: A violência no Rio




O Brasil acordou, na semana passada, para o agravamento de um problema que parecia ter chegado a seu limite extremo: o domínio de vastas áreas da cidade do Rio de Janeiro por grupos armados. Já era conhecido o seu poder de mando, com força até para fechar o comércio. O que se descobriu agora é que os bandidos expandiram sua atuação. Além de impor uma lei própria, ordenando execuções e toques de recolher, passaram a tentar influir diretamente no processo eleitoral. Há evidências colhidas nos últimos dias:
• A polícia descobriu que o traficante que comanda a venda de drogas na Rocinha tem seu próprio candidato a vereador nestas eleições. E está coagindo os moradores a fazer sua campanha. Uma candidata a vereadora pelo PT foi ameaçada quando se preparava para fazer corpo a corpo no local. Não era bem-vinda.
• No Complexo do Alemão, favela localizada na Zona Norte da cidade e conhecida pela violência da quadrilha que domina a área, os traficantes também têm sua preferência eleitoral. Insatisfeitos com a presença do candidato a prefeito Marcelo Crivella, do PRB, obrigaram jornalistas a apagar as fotografias de suas máquinas digitais.
• Os milicianos (grupos armados chefiados por policiais, bombeiros e agentes penitenciários que dominam favelas na Zona Oeste da cidade) têm seis candidatos e, da mesma forma que os traficantes, impedem a entrada dos concorrentes em seus territórios. Eles também estão convencendo moradores de que há formas de quebrar o sigilo do voto para conferir se suas ordens foram cumpridas.

Fotos Ana Araujo e Celso Junior/AE


FALTA APONTAR A SOLUÇÃO
O presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, à esquerda, e o governador do Rio, Sérgio Cabral: promessas de ações emergenciais, como o uso da Força Nacional, não resolvem
Não é de hoje que a bandidagem exerce alguma influência nas eleições cariocas. Há mais de uma década o tráfico já impõe regras mais ou menos explícitas para o acesso de candidatos às favelas – assim como para permitir a circulação de funcionários das concessionárias de serviços públicos e até de ambulâncias. O que está acontecendo nesta eleição é pior. A polícia encontrou na casa do dono das bocas-de-fumo da Rocinha, o traficante Antônio Bonfim Lopes, mais conhecido como Nem, um documento revelador. Trata-se de um decreto do bandido determinando, entre outras coisas, que todos os moradores sejam obrigados a trabalhar pelo "candidato da comunidade". A polícia já sabe que Nem se referia a Claudinho da Academia, do PSDC, cuja folha corrida registra 22 anotações criminais. Seu advogado alega tratar-se de um homônimo. Seja como for, o caso revela uma tentativa dos traficantes de fazer seus próprios representantes no Legislativo da cidade, numa versão criminosa de antigos vícios de nossa política, como os velhos currais eleitorais que dominaram a história brasileira durante o período da República Velha ou o coronelismo do Nordeste. Circula pelo Rio de Janeiro uma escuta telefônica feita em 2006, com todo jeito de ilegal. Nela, Nem se queixa dos moradores da favela. Argumenta que eles levam os candidatos até lá em troca de dinheiro, o que lhes tira a capacidade de cobrar as promessas. Arvorando-se em defensor da comunidade, o bandido resolveu organizar seu pedaço. É triste.
Diante de tanta desordem, a pergunta é: por que o Rio se tornou uma cidade-refém? Costuma-se afirmar que o problema é a inação do estado. É um diagnóstico torto. O estado está presente, mas de forma errada, precária e, por vezes, criminosa. A tirania dos traficantes é patrocinada por policiais, que lhes vendem proteção e armamento – quando não são eles mesmos os líderes das gangues, as tais milícias que já dominam 171 regiões da cidade. A própria existência das favelas (uma deformação urbanística que se constitui em trincheiras de guerrilha) tem o velado apoio oficial. No alto da Rocinha, em áreas onde não deveria haver barracos, há ligações de água, eletricidade e telefone feitas pelo poder público ou por seus concessionários. Não raro, essas ligações são o atendimento das promessas que os candidatos dos governantes de plantão fazem durante a campanha. Sufocadas pela carência absoluta, as favelas se tornaram um tesouro para os políticos. A felicidade com que eles rumam para as áreas mais carentes da cidade foi interrompida na semana passada pela entrada em cena de um novo ator: o bandido com pretensões eleitorais.
As autoridades, então, se mexeram. O deputado Raul Jungmann, do PPS, presidente da Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados, sugeriu que o governo federal enviasse ao Rio a Força Nacional. O governador Sérgio Cabral aceitou a idéia de imediato. Afinal, ele sempre aproveita essas oportunidades para reforçar sua proximidade com o presidente Lula, fato de grande apelo junto aos eleitores. Mas o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto, não vê a necessidade e determinou que o problema seja resolvido até o próximo dia 11 de agosto. Realmente não é o caso de acionar as tropas federais. O problema não é eleitoral. É de segurança pública. Não adianta reclamar do traficante que não permite a entrada de candidatos. O fato grave é existirem áreas da cidade nas quais quem manda são os bandidos.

A república de Nem
Reprodução



A cidade do Rio de Janeiro tem 4,5 milhões de eleitores, dos quais 500 000 vivem em áreas conflagradas, como a favela da Rocinha, dominada pelo traficante Antônio Bonfim Lopes, conhecido como Nem. Ali existem
22 000 habitações
67 000 moradores
90 seções eleitorais
45 000* eleitores
*Estimativa com base nos números do Instituto Pereira Passos
Fontes: TSE/TRE/IPP

http://veja.abril.com.br/060808/p_066.shtml

sábado, 2 de maio de 2009

Flamengo

Ser Flamengo é um estado de espírito !

sábado, 4 de abril de 2009

Iluminismo-Guimarães Rosa-802

O que foi ou o que representou o Iluminismo?
Foi a ideologia originada na Europa entre os séculos XVII e XVIII como fruto dos anseios da burguesia na época.

Que idéia podemos indicar como base do Iluminismo?
O Racionalismo

Como o Iluminismo influenciou a economia ?
Através da escola do Liberalismo Econômico, de Adam Smith, e da escola Fisiocrática,de François Quesnay

O que caracterizou a escola do Liberalismo Econômico?
A adoção de uma economia livre, sem intervenção do Estado, dirigida pelo mercado (lei da oferta e da procura).

Qual a relação entre os princípios iluministas e o desenvolvimento comercial ?
Liberdade- Todo homem deve ser livre para vender e comprar (fim da escravidão)
Igualdade- Todo homem é igual perante a lei ( responsabilidade jurídica)
Tolerância- As possíveis diferenças entre os homens NÃO importam para o comércio.]

Caracterize o Iluminismo.
Racionalismo, liberdade, tolerância, igualdade jurídica; combate ao Antigo Regime e à Igreja.

O que motivou a guerra pela independência dos E.U.A. ?
A mudança de atitude da metrópole inglesa, pretendo reforçar os laços da dominação colonial sobre suas treze colônias da América do Norte.

Qual a relação da Guerra dos Sete Anos com a independência dos E.U.A. ?
A Guerra dos Sete Anos foi um dos principais fatores da crise econômica instalada na Inglaterra, levando a potência européia a procurar uma compensação financeira promovendo um arrocho sobre a arrecadação tibutária relativa às suas treze colônias, levando-as à revolta e consequente luta pela independência.

O que explica a adoção de diferentes tipos de colonização na Treze Colônias ?
O clima das colõnias localizadas no centro e norte da costa leste da América do Norte é semelhante ao da Europa (Temperado Oceânico) não permitindo, portanto, a implantação de um sistema de exploração econômica baseado na produção de gêneros tropicais,abrindo espaço para a colonização de povoamento.
Nas colônias do Sul, o clima mais quente (subtropical) permitiu a implantação do sistema de exploração baseado na produção de algodão.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

São João-Guimarães Rosa-Ensino Médio-1

Coordenadas geográficas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Mapa da Terra mostrando as linhas de latitude (horizontalmente) e longitude (verticalmente), Eckert VI projection; [1]

O sistema de mapeamento da Terra através de coordenadas geográficas expressa qualquer posição horizontal no planeta através de duas das três coordenadas existentes num sistema esférico de coordenadas, alinhadas com o eixo de rotação da Terra. Herdeiro das teorias dos antigos babilônios, expandido pelo famoso pensador e geógrafo grego Ptolomeu, um círculo completo é dividido em 360 graus (360°).
Índice
[esconder]

* 1 Localização absoluta
* 2 Sistemas de Coordenadas Geográficas
o 2.1 Graus - Minutos - Segundos
o 2.2 Graus - Minutos Decimais
o 2.3 Graus Decimais
o 2.4 Universal Transversa de Mercator
* 3 Referências
* 4 Ver também

[editar] Localização absoluta

Para localizar qualquer lugar na superficíe terrestre de forma exata é necessário usar duas indicações, uma letra e um número. Temos que utilizar elementos de referência que nos permitam localizar com exatidão qualquer lugar da Terra. A rede cartográfica ou geográfica dá-nos a indicação das coordenadas geográficas. Os pontos de orientação que acabamos de estudar dão um rumo, isto é, uma direção, mas não permitem localizar com exatidão um ponto na superfície terrestre.

Assim, quando dizemos que a área X está a leste de Y, não estamos dando a localização precisa dessa área, mas apenas indicando uma direção. Para saber com exatidão onde se localiza qualquer ponto da superfície terrestre — uma cidade, um porto, uma ilha, etc. — usamos as coordenadas geográficas. As coordenadas geográficas baseiam-se em linhas imaginárias traçadas sobre o globo terrestre:

* os paralelos são linhas paralelas ao equador — a própria linha imaginária do equador é um paralelo;
* os meridianos são linhas semicirculares, isto é, linhas de 180° — eles vão do Pólo Norte ao Pólo Sul e cruzam com os paralelos.

Cada meridiano possui o seu antimeridiano, isto é, um meridiano oposto que, junto com ele, forma uma circunferência. Todos os meridianos têm o mesmo tamanho. Convencionou-se que o meridiano de Greenwich, que passa pelos arredores da cidade de Londres, na Inglaterra, é o meridiano principal.

A partir dos paralelos e meridianos, estabeleceram-se as coordenadas geográficas, que são medidas em graus, para localizar qualquer ponto da superfície terrestre.

[editar] Sistemas de Coordenadas Geográficas

Existem pelo menos quatro modos de designar uma localização exata para qualquer ponto no globo terrestre.

Nos três primeiros sistemas, o globo é dividido em latitudes, que vão de 0 a 90 graus (Norte ou Sul) e longitudes, que vão de 0 a 180 graus (Leste ou Oeste). Para efeitos práticos, usam-se as siglas internacionais para os pontos cardeais: N=Norte, S=Sul, E=Leste/Este, W=Oeste.

Para as latitudes, o valor de cada unidade é bem definido, pois a metade do grande círculo tem 20.003,93km, dividindo este último por 180, conclui-se que um grau (°) equivale a 111,133km. Dividindo um grau por 60, toma-se que um minuto (') equivale a 1.852,22m. Dividindo um minuto por 60, tem-se que um segundo (") equivale a 30,87m,

Para as longitudes, há um valor específico para cada posição, que aumenta de 0 nos Pólos até a Linha do Equador, onde está o seu valor máximo.

Como forma de se demonstrar as diferenças entre cada um dos sistemas, usar-se-á o exemplo para as coordenadas de um lugar específico: a Catedral Metropolitana de Campinas.

[editar] Graus - Minutos - Segundos

Neste sistema, cada grau é dividido em 60 minutos, que por sua vez se subdividem, cada um, em 60 segundos. A partir daí, os segundos podem ser divididos decimalmente em frações cada vez menores.

Deste modo, a localização da Catedral neste sistema é: 22° 54' 21.64"S 47° 03' 38.06"W

[editar] Graus - Minutos Decimais

Neste sistema, cada grau é dividido em 60 minutos, que por sua vez são divididos decimalmente.

A localização da Catedral fica sendo: 22° 54.361'S 47° 3.634'W

[editar] Graus Decimais

Neste sistema, cada grau é dividido em frações decimais. A forma de nomeação difere um pouco dos dois primeiros sistemas: a latitude recebe a abreviatura lat e a longitude, lon. Há valores positivos e negativos. Os valores positivos são para o Norte (latitude) e o Leste (longitude) e não recebem um símbolo específico. Os valores negativos são para o Sul (latitude) e o Oeste (longitude), sendo acrescidos do símbolo -.

A Catedral tem aqui esta localização: lat -22.906014° lon -47.06057

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

CIEP Paulo Mendes Campos Geografia902-903

Geografia Por Denis Richter Assinar feed do autor
drichtersa@hotmail.com

Publicidade

Ao visualizarmos um mapa das Américas percebemos logo de início que é um continente muito extenso no sentido Norte – Sul. Em conseqüência, suas características regionais são muito claras, sendo difícil de acreditar que temos neste mesmo espaço continental região tropicais e outras polares. Observamos também uma significativa diferença nas questões sócio-econômicas aonde nações ricas fazem fronteira com países mergulhados no caos econômico. Essas diversidades espaciais existentes no continente americanas tornam necessário uma regionalização sobre o mesmo, gerando assim cinco divisões em seu território.

Abordagens Físicas

Para facilitar a compreensão física do continente americano, observou-se que ao longo das Américas existem duas distintas e visíveis cadeias de montanhas (Montanhas Rochosas, ao norte e Cordilheira dos Andes, ao sul) e no centro do continente há um “istmo” que une as duas partes (Norte e Sul). Em razão disto, divide-se a América em três partes: América do Norte, América Central e América do Sul. Essa divisão é muito difundida em todo o mundo, pois nós brasileiros nos consideramos muito mais sul-americanos do que americanos em si. Esta classificação ordena os países americanos a partir de suas características naturais, onde os aspectos físicos são observados como maior diferencial entre as regiões.

Abordagens Humanas

Por outro lado, caracterizar o continente americano a partir dos aspectos sócio-econômicos nos geram uma divisão totalmente adversa da anterior. Nesta abordagem classificamos a América em duas grandes partes: América Anglo-Saxônica e América Latina. Isto é resultado de uma análise sobre a cultura/colonização e economia local, pois como os Estados Unidos e o Canadá foram colonizados pelos ingleses (em grande parte) e os outros países da América sofreram a conquista e colonização dos espanhóis e portugueses, em sua maioria, foi possível dividir todo o continente nestas duas regiões. Ou seja, a América Anglo-Saxônica provém das culturas dos Saxões europeus e a América Latina dos europeus latinos. Atualmente podemos observar uma diferença também na questão econômica em razão de que os Estados Unidos e Canadá (América Anglo-Saxônica) são países desenvolvidos e, em contraponto, os países da América Latina se encontram nos níveis econômicos de subdesenvolvimento ou em processo de desenvolvimento.

Dessa forma, as classificações existentes nos facilitam interpretar e conhecer melhor o continente americano, que é centralizador de grandes diferenças, seja nas características físicas ou humanas do seu território. Demonstrando que sua extensão longitudinal baseia-se na regionalização do espaço, transformando este continente numa região de inúmeras riquezas culturais e naturais.

As Américas – Divisão Física
América do Norte Canadá, Estados Unidos, Groenlândia e México.
América Central Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Costa Rica, Cuba, Dominica, El Salvador, Granada, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Trinidad e Tobago.
América do Sul Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

Ampliar

As Américas – Divisão Humana

América Anglo-Saxônica Canadá, Groenlândia e Estados Unidos.
América Latina Antígua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Dominica, El Salvador, Equador, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.


Ampliar

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A Filosofia

A atitude filosófica
Imaginemos, agora, alguém que tomasse uma decisão muito estranha e começasse a fazer perguntas inesperadas. Em vez de "que horas são?" ou "que dia é hoje?", perguntasse: O que é o tempo? Em vez de dizer "está sonhando" ou "ficou maluca", quisesse saber: O que é o sonho? A loucura? A razão?
Se essa pessoa fosse substituindo sucessivamente suas perguntas, suas afirmações por outras: “Onde há fumaça, há fogo”, ou “não saia na chuva para não ficar resfriado”, por: O que é causa? O que é efeito?; “seja objetivo”, ou “eles são muito subjetivos”, por: O que é a objetividade? O que é a subjetividade?; “Esta casa é mais bonita do que a outra”, por: O que é “mais”? O que é “menos”? O que é o belo?
Em vez de gritar “mentiroso!”, questionasse: O que é a verdade? O que é o falso? O que é o erro? O que é a mentira? Quando existe verdade e por quê? Quando existe ilusão e por quê?
Se, em vez de falar na subjetividade dos namorados, inquirisse: O que é o amor? O que é o desejo? O que são os sentimentos?
Se, em lugar de discorrer tranqüilamente sobre “maior” e “menor” ou “claro” e “escuro”, resolvesse investigar: O que é a quantidade? O que é a qualidade?
E se, em vez de afirmar que gosta de alguém porque possui as mesmas idéias, os mesmos gostos, as mesmas preferências e os mesmos valores, preferisse analisar: O que é um valor? O que é um valor moral? O que é um valor artístico? O que é a moral? O que é a vontade? O que é a liberdade?
Alguém que tomasse essa decisão, estaria tomando distância da vida cotidiana e de si mesmo, teria passado a indagar o que são as crenças e os sentimentos que alimentam, silenciosamente, nossa existência.
Ao tomar essa distância, estaria interrogando a si mesmo, desejando conhecer por que cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos. Esse alguém estaria começando a adotar o que chamamos de atitude filosófica.
Assim, uma primeira resposta à pergunta “O que é Filosofia?” poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido.
Perguntaram, certa vez, a um filósofo: “Para que Filosofia?”. E ele respondeu: “Para não darmos nossa aceitação imediata às coisas, sem maiores considerações”.
A atitude crítica
A primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às idéias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz e pensa”, ao estabelecido.
A segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre o porquê disso tudo e de nós, e uma interrogação sobre como tudo isso é assim e não de outra maneira. O que é? Por que é? Como é? Essas são as indagações fundamentais da atitude filosófica.
A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica e pensamento crítico.
A Filosofia começa dizendo não às crenças e aos preconceitos do senso comum e, portanto, começa dizendo que não sabemos o que imaginávamos saber; por isso, o patrono da Filosofia, o grego Sócrates, afirmava que a primeira e fundamental verdade filosófica é dizer: “Sei que nada sei”. Para o discípulo de Sócrates, o filósofo grego Platão, a Filosofia começa com a admiração; já o discípulo de Platão, o filósofo Aristóteles, acreditava que a Filosofia começa com o espanto.
Admiração e espanto significam: tomamos distância do nosso mundo costumeiro, através de nosso pensamento, olhando-o como se nunca o tivéssemos visto antes, como se não tivéssemos tido família, amigos, professores, livros e outros meios de comunicação que nos tivessem dito o que o mundo é; como se estivéssemos acabando de nascer para o mundo e para nós mesmos e precisássemos perguntar o que é, por que é e como é o mundo, e precisássemos perguntar também o que somos, por que somos e como somos.
Para que Filosofia?
Ora, muitos fazem uma outra pergunta: afinal, para que Filosofia?
É uma pergunta interessante. Não vemos nem ouvimos ninguém perguntar, por exemplo, para que matemática ou física? Para que geografia ou geologia? Para que história ou sociologia? Para que biologia ou psicologia? Para que astronomia ou química? Para que pintura, literatura, música ou dança? Mas todo mundo acha muito natural perguntar: Para que Filosofia?
Em geral, essa pergunta costuma receber uma resposta irônica, conhecida dos estudantes de Filosofia: “A Filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual”. Ou seja, a Filosofia não serve para nada. Por isso, se costuma chamar de “filósofo” alguém sempre distraído, com a cabeça no mundo da lua, pensando e dizendo coisas que ninguém entende e que são perfeitamente inúteis.
Essa pergunta, “Para que Filosofia?”, tem a sua razão de ser.
Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prática, muito visível e de utilidade imediata.
Por isso, ninguém pergunta para que as ciências, pois todo mundo imagina ver a utilidade das ciências nos produtos da técnica, isto é, na aplicação científica à realidade.
Todo mundo também imagina ver a utilidade das artes, tanto por causa da compra e venda das obras de arte, quanto porque nossa cultura vê os artistas como gênios que merecem ser valorizados para o elogio da humanidade. Ninguém, todavia, consegue ver para que serviria a Filosofia, donde dizer-se: não serve para coisa alguma.
Parece, porém, que o senso comum não enxerga algo que os cientistas sabem muito bem. As ciências pretendem ser conhecimentos verdadeiros, obtidos graças a procedimentos rigorosos de pensamento; pretendem agir sobre a realidade, através de instrumentos e objetos técnicos; pretendem fazer progressos nos conhecimentos, corrigindo-os e aumentando-os.
Ora, todas essas pretensões das ciências pressupõem que elas acreditam na existência da verdade, de procedimentos corretos para bem usar o pensamento, na tecnologia como aplicação prática de teorias, na racionalidade dos conhecimentos, porque podem ser corrigidos e aperfeiçoados.
Verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos, relação entre teoria e prática, correção e acúmulo de saberes: tudo isso não é ciência, são questões filosóficas. O cientista parte delas como questões já respondidas, mas é a Filosofia quem as formula e busca respostas para elas.
Assim, o trabalho das ciências pressupõe, como condição, o trabalho da Filosofia, mesmo que o cientista não seja filósofo. No entanto, como apenas os cientistas e filósofos sabem disso, o senso comum continua afirmando que a Filosofia não serve para nada.
Para dar alguma utilidade à Filosofia, muitos consideram que, de fato, a Filosofia não serviria para nada, se “servir” fosse entendido como a possibilidade de fazer usos técnicos dos produtos filosóficos ou dar-lhes utilidade econômica, obtendo lucros com eles; consideram também que a Filosofia nada teria a ver com a ciência e a técnica.
Para quem pensa dessa forma, o principal para a Filosofia não seriam os conhecimentos (que ficam por conta da ciência), nem as aplicações de teorias (que ficam por conta da tecnologia), mas o ensinamento moral ou ético. A Filosofia seria a arte do bem viver. Estudando as paixões e os vícios humanos, a liberdade e a vontade, analisando a capacidade de nossa razão para impor limites aos nossos desejos e paixões, ensinando-nos a viver de modo honesto e justo na companhia dos outros seres humanos, a Filosofia teria como finalidade ensinar-nos a virtude, que é o princípio do bem-viver.
Essa definição da Filosofia, porém, não nos ajuda muito. De fato, mesmo para ser uma arte moral ou ética, ou uma arte do bem-viver, a Filosofia continua fazendo suas perguntas desconcertantes e embaraçosas: O que é o homem? O que é a vontade? O que é a paixão? O que é a razão? O que é o vício? O que é a virtude? O que é a liberdade? Como nos tornamos livres, racionais e virtuosos? Por que a liberdade e a virtude são valores para os seres humanos? O que é um valor? Por que avaliamos os sentimentos e as ações humanas?
Assim, mesmo se disséssemos que o objeto da Filosofia não é o conhecimento da realidade, nem o conhecimento da nossa capacidade para conhecer, mesmo se disséssemos que o objeto da Filosofia é apenas a vida moral ou ética, ainda assim, o estilo filosófico e a atitude filosófica permaneceriam os mesmos, pois as perguntas filosóficas - o que, por que e como - permanecem.
Atitude filosófica: indagar
Se, portanto, deixarmos de lado, por enquanto, os objetos com os quais a Filosofia se ocupa, veremos que a atitude filosófica possui algumas características que são as mesmas, independentemente do conteúdo investigado. Essas características são:
- perguntar o que a coisa, ou o valor, ou a idéia, é. A Filosofia pergunta qual é a realidade ou natureza e qual é a significação de alguma coisa, não importa qual;
- perguntar como a coisa, a idéia ou o valor, é. A Filosofia indaga qual é a estrutura e quais são as relações que constituem uma coisa, uma idéia ou um valor;
- perguntar por que a coisa, a idéia ou o valor, existe e é como é. A Filosofia pergunta pela origem ou pela causa de uma coisa, de uma idéia, de um valor.
A atitude filosófica inicia-se dirigindo essas indagações ao mundo que nos rodeia e às relações que mantemos com ele. Pouco a pouco, porém, descobre que essas questões se referem, afinal, à nossa capacidade de conhecer, à nossa capacidade de pensar.
Por isso, pouco a pouco, as perguntas da Filosofia se dirigem ao próprio pensamento: o que é pensar, como é pensar, por que há o pensar? A Filosofia torna-se, então, o pensamento interrogando-se a si mesmo. Por ser uma volta que o pensamento realiza sobre si mesmo, a Filosofia se realiza como reflexão.
A reflexão filosófica
Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo.
A reflexão filosófica é radical porque é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento.
Não somos, porém, somente seres pensantes. Somos também seres que agem no mundo, que se relacionam com os outros seres humanos, com os animais, as plantas, as coisas, os fatos e acontecimentos, e exprimimos essas relações tanto por meio da linguagem quanto por meio de gestos e ações.
A reflexão filosófica também se volta para essas relações que mantemos com a realidade circundante, para o que dizemos e para as ações que realizamos nessas relações.
A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de perguntas ou questões:
1. Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? Isto é, quais os motivos, as razões e as causas para pensarmos o que pensamos, dizermos o que dizemos, fazermos o que fazemos?
2. O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos? Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos?
3. Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é, qual é a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos?
Essas três questões podem ser resumidas em: O que é pensar, falar e agir? E elas pressupõem a seguinte pergunta: Nossas crenças cotidianas são ou não um saber verdadeiro, um conhecimento?
Como vimos, a atitude filosófica inicia-se indagando: O que é? Como é? Por que é?, dirigindo-se ao mundo que nos rodeia e aos seres humanos que nele vivem e com ele se relacionam. São perguntas sobre a essência, a significação ou a estrutura e a origem de todas as coisas.
Já a reflexão filosófica indaga: Por quê?, O quê?, Para quê?, dirigindo-se ao pensamento, aos seres humanos no ato da reflexão. São perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir.
Filosofia: um pensamento sistemático
Essas indagações fundamentais não se realizam ao acaso, segundo preferências e opiniões de cada um de nós. A Filosofia não é um “eu acho que” ou um “eu gosto de”. Não é pesquisa de opinião à maneira dos meios de comunicação de massa. Não é pesquisa de mercado para conhecer preferências dos consumidores e montar uma propaganda.
As indagações filosóficas se realizam de modo sistemático.
Que significa isso?
Significa que a Filosofia trabalha com enunciados precisos e rigorosos, busca encadeamentos lógicos entre os enunciados, opera com conceitos ou idéias obtidos por procedimentos de demonstração e prova, exige a fundamentação racional do que é enunciado e pensado. Somente assim a reflexão filosófica pode fazer com que nossa experiência cotidiana, nossas crenças e opiniões alcancem uma visão crítica de si mesmas. Não se trata de dizer “eu acho que”, mas de poder afirmar “eu penso que”.
O conhecimento filosófico é um trabalho intelectual. É sistemático porque não se contenta em obter respostas para as questões colocadas, mas exige que as próprias questões sejam válidas e, em segundo lugar, que as respostas sejam verdadeiras, estejam relacionadas entre si, esclareçam umas às outras, formem conjuntos coerentes de idéias e significações, sejam provadas e demonstradas racionalmente.
Quando o senso comum diz “esta é minha filosofia” ou “isso é a filosofia de fulana ou de fulano”, engana-se e não se engana.
Engana-se porque imagina que para “ter uma filosofia” basta alguém possuir um conjunto de idéias mais ou menos coerentes sobre todas as coisas e pessoas, bem como ter um conjunto de princípios mais ou menos coerentes para julgar as coisas e as pessoas. “Minha filosofia” ou a “filosofia de fulano” ficam no plano de um “eu acho” coerente.
Mas o senso comum não se engana ao usar essas expressões porque percebe, ainda que muito confusamente, que há uma característica nas idéias e nos princípios que nos leva a dizer que são uma filosofia: a coerência, as relações entre as idéias e entre os princípios. Ou seja, o senso comum pressente que a Filosofia opera sistematicamente, com coerência e lógica, que a Filosofia tem uma vocação para formar um todo daquilo que aparece de modo fragmentado em nossa experiência cotidiana.
Em busca de uma definição da Filosofia
Quando começamos a estudar Filosofia, somos logo levados a buscar o que ela é. Nossa primeira surpresa surge ao descobrirmos que não há apenas uma definição da Filosofia, mas várias. A segunda surpresa vem ao percebermos que, além de várias, as definições parecem contradizer-se. Eis porque muitos, cheios de perplexidade, indagam: afinal, o que é a Filosofia que sequer consegue dizer o que ela é?
Uma primeira aproximação nos mostra pelo menos quatro definições gerais do que seria a Filosofia:
1. Visão de mundo de um povo, de uma civilização ou de uma cultura. Filosofia corresponde, de modo vago e geral, ao conjunto de idéias, valores e práticas pelos quais uma sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma, definindo para si o tempo e o espaço, o sagrado e o profano, o bom e o mau, o justo e o injusto, o belo e o feio, o verdadeiro e o falso, o possível e o impossível, o contingente e o necessário.
Qual o problema dessa definição? Ela é tão genérica e tão ampla que não permite, por exemplo, distinguir a Filosofia e religião, Filosofia e arte, Filosofia e ciência. Na verdade, essa definição identifica Filosofia e Cultura, pois esta é uma visão de mundo coletiva que se exprime em idéias, valores e práticas de uma sociedade.
A definição, portanto, não consegue acercar-se da especificidade do trabalho filosófico e por isso não podemos aceitá-la.
2. Sabedoria de vida. Aqui, a Filosofia é identificada com a definição e a ação de algumas pessoas que pensam sobre a vida moral, dedicando-se à contemplação do mundo para aprender com ele a controlar e dirigir suas vidas de modo ético e sábio.
A Filosofia seria uma contemplação do mundo e dos homens para nos conduzir a uma vida justa, sábia e feliz, ensinando-nos o domínio sobre nós mesmos, sobre nossos impulsos, desejos e paixões. É nesse sentido que se fala, por exemplo, numa filosofia do budismo.
Esta definição, porém, nos diz, de modo vago, o que se espera da Filosofia (a sabedoria interior), mas não o que é e o que faz a Filosofia e, por isso, também não podemos aceitá-la.
3. Esforço racional para conceber o Universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido. Nesse caso, começa-se distinguindo entre Filosofia e religião e até mesmo opondo uma à outra, pois ambas possuem o mesmo objeto (compreender o Universo), mas a primeira o faz através do esforço racional, enquanto a segunda, por confiança (fé) numa revelação divina.
Ou seja, a Filosofia procura discutir até o fim o sentido e o fundamento da realidade, enquanto a consciência religiosa se baseia num dado primeiro e inquestionável, que é a revelação divina indemonstrável.
Pela fé, a religião aceita princípios indemonstráveis e até mesmo aqueles que podem ser considerados irracionais pelo pensamento, enquanto a Filosofia não admite indemonstrabilidade e irracionalidade. Pelo contrário, a consciência filosófica procura explicar e compreender o que parece ser irracional e inquestionável.
No entanto, esta definição também é problemática, porque dá à Filosofia a tarefa de oferecer uma explicação e uma compreensão totais sobre o Universo, elaborando um sistema universal ou um sistema do mundo, mas sabemos, hoje, que essa tarefa é impossível.
Há pelo menos duas limitações principais a esta pretensão totalizadora: em primeiro lugar, porque a explicação sobre a realidade também é oferecida pelas ciências e pelas artes, cada uma das quais definindo um aspecto e um campo da realidade para estudo (no caso das ciências) e para a expressão (no caso das artes), já não sendo pensável uma única disciplina que pudesse abranger sozinha a totalidade dos conhecimentos; em segundo lugar, porque a própria Filosofia já não admite que seja possível um sistema de pensamento único que ofereça uma única explicação para o todo da realidade. Por isso, esta definição também não pode ser aceita.
4. Fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas. A Filosofia, cada vez mais, ocupa-se com as condições e os princípios do conhecimento que pretenda ser racional e verdadeiro; com a origem, a forma e o conteúdo dos valores éticos, políticos, artísticos e culturais; com a compreensão das causas e das formas da ilusão e do preconceito no plano individual e coletivo; com as transformações históricas dos conceitos, das idéias e dos valores.
A Filosofia volta-se, também, para o estudo da consciência em suas várias modalidades: percepção, imaginação, memória, linguagem, inteligência, experiência, reflexão, comportamento, vontade, desejo e paixões, procurando descrever as formas e os conteúdos dessas modalidades de relação entre o ser humano e o mundo, do ser humano consigo mesmo e com os outros. Finalmente, a Filosofia visa ao estudo e à interpretação de idéias ou significações gerais como: realidade, mundo, natureza, cultura, história, subjetividade, objetividade, diferença, repetição, semelhança, conflito, contradição, mudança, etc.
Sem abandonar as questões sobre a essência da realidade, a Filosofia procura diferenciar-se das ciências e das artes, dirigindo a investigação sobre o mundo natural e o mundo histórico (ou humano) num momento muito preciso: quando perdemos nossas certezas cotidianas e quando as ciências e as artes ainda não ofereceram outras certezas para substituir as que perdemos.
Em outras palavras, a Filosofia se interessa por aquele instante em que a realidade natural (o mundo das coisas) e a histórica (o mundo dos homens) tornam-se estranhas, espantosas, incompreensíveis e enigmáticas, quando o senso comum já não sabe o que pensar e dizer e as ciências e as artes ainda não sabem o que pensar e dizer.
Esta última descrição da atividade filosófica capta a Filosofia como análise (das condições da ciência, da religião, da arte, da moral), como reflexão (isto é, volta da consciência para si mesma para conhecer-se enquanto capacidade para o conhecimento, o sentimento e a ação) e como crítica (das ilusões e dos preconceitos individuais e coletivos, das teorias e práticas científicas, políticas e artísticas), essas três atividades (análise, reflexão e crítica) estando orientadas pela elaboração filosófica de significações gerais sobre a realidade e os seres humanos. Além de análise, reflexão e crítica, a Filosofia é a busca do fundamento e do sentido da realidade em suas múltiplas formas indagando o que são, qual sua permanência e qual a necessidade interna que as transforma em outras. O que é o ser e o aparecer-desaparecer dos seres?
A Filosofia não é ciência: é uma reflexão crítica sobre os procedimentos e conceitos científicos. Não é religião: é uma reflexão crítica sobre as origens e formas das crenças religiosas. Não é arte: é uma interpretação crítica dos conteúdos, das formas, das significações das obras de arte e do trabalho artístico. Não é sociologia nem psicologia, mas a interpretação e avaliação crítica dos conceitos e métodos da sociologia e da psicologia. Não é política, mas interpretação, compreensão e reflexão sobre a origem, a natureza e as formas do poder. Não é história, mas interpretação do sentido dos acontecimentos enquanto inseridos no tempo e compreensão do que seja o próprio tempo. Conhecimento do conhecimento e da ação humanos, conhecimento da transformação temporal dos princípios do saber e do agir, conhecimento da mudança das formas do real ou dos seres, a Filosofia sabe que está na História e que possui uma história.
Inútil? Útil?
O primeiro ensinamento filosófico é perguntar: O que é o útil? Para que e para quem algo é útil? O que é o inútil? Por que e para quem algo é inútil?
O senso comum de nossa sociedade considera útil o que dá prestígio, poder, fama e riqueza. Julga o útil pelos resultados visíveis das coisas e das ações, identificando utilidade e a famosa expressão “levar vantagem em tudo”. Desse ponto de vista, a Filosofia é inteiramente inútil e defende o direito de ser inútil.
Não poderíamos, porém, definir o útil de outra maneira?
Platão definia a Filosofia como um saber verdadeiro que deve ser usado em benefício dos seres humanos.
Descartes dizia que a Filosofia é o estudo da sabedoria, conhecimento perfeito de todas as coisas que os humanos podem alcançar para o uso da vida, a conservação da saúde e a invenção das técnicas e das artes.
Kant afirmou que a Filosofia é o conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode conhecer e o que pode fazer, tendo como finalidade a felicidade humana.
Marx declarou que a Filosofia havia passado muito tempo apenas contemplando o mundo e que se tratava, agora, de conhecê-lo para transformá-lo, transformação que traria justiça, abundância e felicidade para todos.
Merleau-Ponty escreveu que a Filosofia é um despertar para ver e mudar nosso mundo.
Espinosa afirmou que a Filosofia é um caminho árduo e difícil, mas que pode ser percorrido por todos, se desejarem a liberdade e a felicidade.
Qual seria, então, a utilidade da Filosofia?
Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes.